Abeifa rebate tese de renúncia fiscal do Inovar-Auto
- Programa nasceu em 2012 já com a premissa de que as montadoras não recolheriam os 30 pontos percentuais extraordinários do IPI
- Projeto embrionário surgiu em setembro de 2011 com o objetivo muito claro de segurar o setor de veículos importados, que chegou a comercializar 199 mil unidades, mas poderia ter chegado às 240 mil unidades naquele ano
11/01/2017 - "A tese de renúncia fiscal do Inovar-Auto não existe porque o programa nasceu em outubro de 2012 já com a premissa de que as montadoras não recolheriam os 30 pontos percentuais extraordinários do IPI". A afirmação é do presidente da Abeifa - Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, José Luiz Gandini, ao basear-se na reportagem intitulada "Incentivos fiscais de R$ 3 bilhões podem ser extintos até 2018", publicada hoje na Folha de S. Paulo.
"O projeto embrionário do Inovar-Auto, que surgiu dentro do Programa Brasil Maior, em setembro de 2011", esclarece Gandini, "teve objetivo muito claro de segurar o setor de veículos importados, que chegou a comercializar 199 mil unidades, 5,82% do total de 3,4 milhões de unidades do mercado interno naquele ano. Foi uma dura punição aos veículos importados porque, a partir daquele ano, as vendas anuais do setor caíram drasticamente, chegando a apenas 35,8 mil unidades em 2016, ou seja, participação de somente 1,8% do mercado interno".
Para o presidente da entidade, "desde o primeiro momento, a Abeifa se posicionou favorável ao Programa Inovar-Auto como instrumento de política industrial, como o próprio nome se define, de incentivo à inovação tecnológica e adensamento da cadeia produtiva de veículos automotores. De fato, a qualidade dos produtos nacionais melhorou, mas o objetivo do programa de maior conteúdo local e elevação da eficiência energética dos veículos ainda não foi alcançado".
"Em paralelo, vale ressaltar que, nos últimos cinco anos de vigência do Inovar-Auto, o setor de veículos importados, ao comercializar, 199 mil unidades em 2011, recolheu aos cofres públicos impostos da ordem de R$ 6,5 bilhões. Em 2016, o montante de impostos não ultrapassou a R$ 1,2 bilhão. Além disso, o nosso setor, em 2011, empregava 35 mil brasileiros e hoje estacionou na casa de 13,5 mil empregos diretos", elucida Gandini.
"Por isso, a Abeifa volta a insistir que os pleitos pelo fim dos 30 pontos percentuais no IPI precisam ser atendidos, para que o setor inicie seu processo de recuperação. Mas, como o momento não permite incentivos de qualquer natureza, por ora, ao menos a liberação dascotas não utilizadas por outras marcas em 2016. Com esta alteração não há benefícios fiscais, pois as cotas existem e não estão sendo utilizadas por algumas marcas que perderam seu canais de distribuição ou encerraram suas atividades ou até foram descredenciadas do Inovar-Auto, portanto sem qualquer renúncia fiscal. Com esta simples alteração, não corremos o risco de gerar mais desemprego no setor com o fechamento de mais concessionárias e com certeza aumentaremos nossos recolhimentos de tributos aos cofres públicos, mas sobretudo estaremos em consonância com a agenda positiva que o governo Temer deseja estabelecer para o País", finaliza Gandini.
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